Quando falamos em avaliação, já nos vem a mente mensurar, medir, comparar. Mas avaliar pode ser mais que isso, pode ser um ato de selecionar, separar e construir dados importantes que compõe uma condição.

Por que e quando avaliar?

Sabemos, a partir de trabalhos que remontam décadas de estudo, que a criança sofre influência de seu meio cultural e portanto, responde a este com seu comportamento aprendido. Segundo Skinner sabemos que todo comportamento é uma resposta a um estímulo, estabelecendo assim, uma relação direta deste para com o meio. Muito bem, então quando um comportamento passa a ter uma função para o sujeito, isto é, traz um resultado, esse comportamento passa a ser incorporado pelo sujeito, pois lhe é útil, tornando-se um comportamento aprendido. Deliberadamente, adultos podem escolher ações e suas consequências, mas quando falamos de crianças em desenvolvimento, temos que considerar a importância que o meio lhe traz, independente de concordar ou não, com uma visão comportamental.

Hoje sabemos que muitos comportamentos são adversários do desenvolvimento e da aprendizagem. Comumente escutamos: “ ele não quer fazer”, “ não sabe “, “ não consegue”. E existem diferenças essenciais entre tais condições.

Mas o que isso tem a ver com a avaliação?

 Atualmente temos acesso a todo tipo de informação. Rapidamente podemos encontrar a disposição desde bulas, receitas, diagnósticos e cheklist de qualquer quadro sobre desenvolvimento. Nesse sentido podemos então observar que, quando pais ou responsáveis por uma criança a avalia sob a luz de sua preocupação e, inevitavelmente, emoção, temos aqui, em potencial, um agente de estímulos, que age e se comporta segundo aquela visão pré-concebida, a cerca de um diagnóstico. Não é raro, mães chegarem com suas crianças até um profissional, tendo em mente a conclusão do diagnóstico ou mesmo várias características e comportamentos pertencentes a este ou aquele quadro. É muito comum adultos imprimirem comportamentos em suas crianças, principalmente quando estão agindo de forma avaliativa na busca de algo que lhe preocupa. Por exemplo: Leio um artigo sobre autismo e observo que meu filho apresenta uma ou mais características. Passo a me reportar aquele comportamento de maneira, muitas vezes, até reforçadora e passo a imprimir na minha criança respostas de comportamento relacionadas a minha conduta.

Por essa razão é importante considerar que nem tudo é patológico, quando sai do padrão esperado e nem tudo é fase ou passageiro. Mas, nos tempos atuais e principalmente no momento presente, onde estamos sofrendo com mudanças de todas as ordens, precisamos ter cautela em relação a condição da minha criança.

É muito importante considerar as áreas a serem avaliadas e dentro destas o foco da queixa.

Quando nos reportamos a uma criança, estamos diante de potencialidades que sofrem influencias diretas dos estímulos, tanto biológicos quanto ambientais.

As avaliações psicopedagógicas, neuropsicológicas, psicomotoras, escolares, entre outras mais específicas podem ajudar a compor um diagnóstico, bem como, descartar ideias errôneas a respeito de possíveis sintomas que uma criança apresente. Para cada caso, instrumentos de avaliações específicos serão usados pelo profissional, devidamente capacitado para usar tal instrumento.

Antes de procurar informações descontextualizadas sobre uma preocupação, é sempre mais interessante compartilhar sua visão com um profissional, seja ele, seu pediatra, psicólogo, até mesmo a escola do seu filho. A equipe pedagógica deve estar apta a rastrear e encaminhar sua criança, quando esta apresentar necessidade.

Portanto, numa vida tão atribulada, corrida, onde o tempo é um adversário dos pais, a avaliação da sua criança é parte do cuidado de seu desenvolvimento, esclarecendo e priorizando encaminhamentos, intervenções ou apenas contribuindo para a tranquilidade dos pais.

Educar é tarefa dinâmica, continua e de suma importância na evolução de todo ser humano!!