Encontro marca avanço nas relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo

Genebra, 12 de maio de 2025 — Os Estados Unidos e a China chegaram a um acordo histórico para reduzir tarifas comerciais bilaterais, após intensas negociações realizadas ao longo da última semana em Genebra, na Suíça. O anúncio foi feito em uma coletiva conjunta realizada nesta segunda-feira (12), sinalizando um novo capítulo nas relações econômicas entre as duas potências globais.

O pacto prevê a redução gradual de tarifas sobre uma série de produtos agrícolas, industriais e tecnológicos ao longo dos próximos 18 meses. A medida tem como objetivo aliviar as tensões comerciais que se intensificaram desde a guerra tarifária iniciada em 2018, ainda durante o governo Trump, e que se prolongaram por anos, afetando cadeias globais de suprimentos e ampliando a inflação em diversos países.

Segundo a representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai, o acordo "é fruto de um esforço diplomático consistente, focado em reconstruir a confiança mútua e estabelecer bases sólidas para um comércio mais equilibrado". Do lado chinês, o ministro do Comércio, Wang Wentao, destacou que a decisão representa "um passo positivo para a estabilidade econômica global".

Entre os pontos acordados, estão:

Redução de até 30% nas tarifas de importação sobre semicondutores, soja, carros elétricos e painéis solares;

Adoção de um mecanismo de monitoramento mútuo para garantir o cumprimento dos compromissos;

Criação de uma comissão bilateral permanente para resolver disputas comerciais futuras sem recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).

A reunião, intermediada por diplomatas suíços e com apoio da OMC, foi considerada sigilosa até os últimos dias, quando sinais de progresso começaram a surgir. Fontes próximas às delegações afirmam que a recente desaceleração econômica global e os desafios logísticos pós-pandemia influenciaram diretamente na urgência por um entendimento.

Analistas internacionais apontam que a medida deve ter impacto positivo nos mercados financeiros e poderá gerar um reaquecimento na demanda por commodities, beneficiando inclusive países exportadores como o Brasil. "É uma decisão que alivia a tensão global e favorece a previsibilidade nos negócios", disse a economista-chefe da Oxford Economics, Maria Tanaka.

Apesar do otimismo, especialistas alertam que o acordo não representa o fim de todas as divergências. Questões como propriedade intelectual, subsídios estatais e segurança cibernética seguem sem consenso. Ainda assim, o gesto é visto como sinal de amadurecimento nas relações bilaterais e poderá abrir caminho para novas rodadas de cooperação multissetorial.