Governo amplia controle do Parlamento em meio a críticas da oposição e
da comunidade internacional
O partido governista da Venezuela, Partido Socialista Unido da Venezuela
(PSUV), liderado pelo presidente Nicolás Maduro, obteve uma vitória esmagadora
nas eleições legislativas realizadas no domingo (25), consolidando ainda mais o
controle do governo sobre os principais poderes do país.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o PSUV e seus aliados
conquistaram a ampla maioria das cadeiras da Assembleia Nacional, em um pleito
marcado por baixa participação e denúncias de irregularidades por parte da
oposição e observadores internacionais.
Participação e controvérsias
Segundo dados oficiais, menos de 30% dos eleitores compareceram às
urnas, refletindo o descontentamento de parte da população e o boicote
promovido por setores da oposição, que alegam falta de garantias democráticas,
censura e perseguição a candidatos adversários do regime.
Organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos
(OEA) e a União Europeia, também manifestaram preocupações com a transparência
e a liberdade do processo eleitoral.
Reações
Em pronunciamento após o resultado, Nicolás Maduro celebrou a vitória e
afirmou que o povo venezuelano "reafirmou seu compromisso com a paz, a
democracia e o modelo bolivariano". Já líderes da oposição acusaram o
governo de "farsa eleitoral" e prometeram continuar pressionando por
eleições livres e justas.
A vitória do chavismo garante ao governo maioria no Parlamento, o que
deve facilitar a aprovação de leis e projetos de interesse do Palácio de
Miraflores. Críticos temem que o resultado amplie ainda mais o autoritarismo e
reduza os espaços de debate democrático no país.