Alta no número de focos de
incêndio em 2025 reacende debate sobre preservação ambiental e fiscalização na
região
Amazônia – O número de
queimadas na Amazônia brasileira teve um aumento alarmante nos primeiros meses
de 2025. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), somente em abril foram registrados mais de 3.200 focos de
incêndio, um aumento de 38% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os focos de calor têm se
concentrado principalmente nos estados do Pará, Amazonas e Rondônia.
Especialistas apontam que o crescimento está ligado, entre outros fatores, à
expansão ilegal da atividade agropecuária, ao desmatamento e à falta de
fiscalização efetiva.
“É um cenário preocupante. As
queimadas estão destruindo áreas de floresta nativa, afetando a biodiversidade,
o clima e as populações tradicionais que vivem na região”, afirma a bióloga e
pesquisadora do Instituto Socioambiental, Carla Mendes.
Comunidades afetadas
Além dos impactos ambientais,
as queimadas trazem sérias consequências para a saúde das populações locais.
Moradores relatam dificuldades respiratórias, aumento nos casos de internação
por problemas pulmonares e o agravamento das condições de vida em comunidades
indígenas e ribeirinhas.
“A fumaça invade tudo. A gente
não consegue dormir direito, as crianças ficam doentes. E o medo de perder tudo
para o fogo é constante”, relata Maria de Lourdes, moradora de uma comunidade
rural no sul do Amazonas.
Falta de fiscalização e
políticas públicas
Ambientalistas cobram maior
atuação do poder público na prevenção e combate às queimadas. Nos últimos anos,
cortes no orçamento de órgãos como o IBAMA e o ICMBio, além da redução de
operações de fiscalização, contribuíram para o agravamento da situação.
Segundo dados do Observatório
do Clima, mais de 70% das áreas queimadas em 2024 estavam em regiões de
desmatamento ilegal.
“É fundamental que o governo
federal retome as ações de combate ao desmatamento e invista em alternativas
sustentáveis para a região amazônica”, defende João Paulo Rocha, coordenador de
políticas públicas da organização WWF-Brasil.
Impacto global
A devastação da Amazônia
preocupa também a comunidade internacional. A floresta é considerada um dos
principais reguladores climáticos do planeta, e sua destruição pode acelerar o
aquecimento global.
Recentemente, representantes
da União Europeia e da ONU alertaram o Brasil sobre possíveis sanções
econômicas caso não haja um plano efetivo de proteção da Amazônia.
O que pode ser feito?
Especialistas defendem medidas
urgentes para conter a crise ambiental na região:
Reforço na fiscalização
ambiental
Incentivo a práticas
sustentáveis no campo
Apoio às populações
tradicionais
Educação ambiental e
investimentos em pesquisa