Cerca de 1.500 pessoas
- entre tatuianos e turistas da região - lotaram a Igreja Matriz de Tatuí
e seus arredores na última quinta-feira (21/04), feriado de Tiradentes,
para acompanhar o dia histórico da instalação da Basílica Nossa Senhora
da Conceição. A missa, que consolidou oficialmente o título dado pelo
Vaticano em dezembro de 2021 e tornado público em janeiro deste ano,
aconteceu durante as comemorações dos 200 anos de existência do templo
religioso.
A cerimônia foi
presidida pelo bispo de Itapetininga, Dom Gorgônio Alves da Encarnação
Neto, e teve a presença de outros bispos, como o arcebispo de Sorocaba,
Dom Júlio Endi Akamine; o bispo de Itapeva, Dom Arnaldo Cavalheiro Neto;
o bispo de Registro, Dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior; e dos bispos
auxiliares de São Paulo, Dom José Benedito Cardoso e Dom Jorge Pierozan.
Além disso, diversas autoridades civis e militares da região, padres,
diáconos, seminaristas e religiosos, participaram da celebração.
As autoridades
religiosas foram recepcionadas no Centro Cultural de Tatuí e lá puderam
apreciar um delicioso café da tarde preparado pelo Fundo Social da
Solidariedade de Tatuí (FUSSTAT). Depois, os bispos seguiram em procissão
até os arredores da Igreja, onde foram recepcionados pelo prefeito de
Tatuí, Miguel Lopes Cardoso Júnior; juntos, ouviram a execução do Hino
Nacional Brasileiro e do Hino Pontifício, ao som da banda do Batalhão da
Polícia Militar de Sorocaba.
O reitor da agora
Basílica, padre Élcio Roberto de Góes, os aguardava próximo as portas do
templo, para alguns ritos da celebração e para o descerramento da placa
de instalação, que está fixada em uma das paredes da Igreja.
Durante a missa, o
chanceler da Diocese de Itapetininga, padre Luiz Paulo Braga, leu o
Decreto Pontifício, documento no qual constam as motivações que
fundamentaram a concessão do título de Basílica Menor a Igreja, bem como
a outorga do Papa Francisco, por meio da "Congregação para o Culto
Divino e a Disciplina dos Sacramentos", que dispõe sobre os
privilégios e as obrigações inerentes a este título. O documento, ao ser
apresentado ao povo pelo reitor da Basílica, foi muito aplaudido,
emocionando a todos os presentes.
Em seguida, foram
acolhidas duas Insígnias Basilicais: o Tintinábulo (espécie de estandarte
com um pequeno sino; na Idade Média, ele tinha a função de anunciar ao
povo de Roma a proximidade do Papa durante as procissões) e a Umbela
Basilical ou Conopeu Basilical (tipo de guarda-sol, que é usado sempre
semiaberto e possui as cores do Vaticano, o brasão do Papa, o brasão do
bispo, o brasão da Diocese, o brasão do reitor da época da eleição e a
bandeira do município onde está instalada a Basílica). Uma terceira
Insígnia, a Virga Rubra (uma espécie de bastão, revestido de tinta
vermelha com decorações e ponteiro em prata, que é levada
processionalmente), já esteve presente na cerimônia desde o início, visto
que sua função é de "guiar o cortejo pelo caminho
próprio".
Importante lembrar
que, com a elevação, a Igreja Matriz de Tatuí se torna a 74ª Basílica
Menor do Brasil, 22ª do Estado de São Paulo e a 2ª da Diocese de
Itapetininga, juntamente com a Basílica de São Miguel Arcanjo, na cidade
homônima, que conquistou tal feito em 2018.
O processo de Elevação
- De acordo com a Basílica, o projeto de elevação da Igreja Matriz
para Basílica Menor teve início nos primeiros meses de 2020, após ser
aprovado pelo bispo e por padres que compõe a "Região Pastoral
Tatuí"; pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, em
carta enviada por seu presidente, o arcebispo de Belo Horizonte (MG), Dom
Walmor Oliveira de Azevedo; e pelo Vaticano, por meio da Congregação para
o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, que aprovou então a
abertura do processo, enviando um questionário.
O minucioso documento
foi recebido pelo então Santuário em agosto de 2020, com questões
referentes a estrutura, parte artística e a vida religiosa da Igreja. Um
ano depois, o documento foi entregue ao Vaticano, juntamente com um álbum
de fotos da Igreja, que ilustra todos os itens descritos no questionário,
como objetos litúrgicos e imagens de santos; um arquivo com toda a
história da Igreja, em seus quase 200 anos de existência; e, também, a
história da imagem de São João do Bemfica, tão importante para Tatuí.
Tudo foi entregue
pessoalmente para a Santa Sé, por meio do signatário da Diocese de
Itapetininga, Leonardo Costa de Camargo Barros, que também teve a honra
de entregar uma cópia da documentação pessoalmente ao Papa Francisco,
durante a Audiência Geral na Basílica de São Pedro.
Prédio histórico
- A Basílica, com porte e estilo de catedral, preserva detalhes
arquitetônicos do século XIX. As pinturas artísticas em seu interior
foram feitas pelo artista piracicabano Mário Tomazzi e impressionam pela
beleza e pelo estado de conservação. O templo religioso também foi a
primeira obra da cidade a utilizar tijolos cerâmicos.
Por conta da riqueza
arquitetônica, no dia 8 de dezembro de 2006, o templo foi eleito
Patrimônio Histórico e Cultural de Tatuí. No mesmo dia, a Igreja e seu
altar foram dedicados (um dos ritos mais importantes da Igreja Católica a
qual as igrejas são submetidas), pelas mãos do bispo Dom Gorgônio.
Já em 9 de junho de
2007, foi assinado pelo então prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo o
decreto de tombamento da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que
passou a integrar o conjunto de prédios históricos do município.
Em 2009, o bispo de
Itapetininga, elevou a Igreja Matriz a dignidade de Santuário Diocesano,
atendendo pedido do então pároco do templo, padre Milton de Campos Rocha
(in memorian)
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