Com débito de R$ 745 milhões, Rio de Janeiro foi o maior
devedor
A União pagou R$ 1,1 bilhão em dívidas atrasadas de estados
e municípios em maio, segundo o Relatório de Garantias Honradas pela União em
Operações de Crédito e Recuperação de Contragarantias, divulgado nesta
segunda-feira (16) pelo Tesouro Nacional. No acumulado do ano, já são R$ 4,42
bilhões de débitos honrados de entes federados.
Em 2024, o valor chegou a R$ 11,45 bilhões de dívidas
garantidas pela União.
Do total pago no mês passado, R$ 745,80 milhões são débitos
não quitados pelo estado do Rio de Janeiro; R$ 245,48 milhões do Rio Grande do
Sul; R$ 73,86 milhões de Goiás; R$ 36,88 milhões de Minas Gerais; R$ 2,71
milhões do Rio Grande do Norte e R$ 70,09 mil do município de Santanópolis
(BA).
Dos R$ 4,42 bilhões de dívidas de entes federados honradas
pela União em 2025, R$ 1,63 bilhão são do Rio de Janeiro; R$ 1,55 bilhão de
Minas Gerais; R$ 748,97 do Rio Grande do Sul; R$ 370,05 milhões de Goiás; R$
119,63 milhões do Rio Grande do Norte; R$ 2,47 milhões do município de Iguatu
(CE); e R$ 350 mil de Santanópolis (BA).
Desde 2016, a União pagou R$ 79,86 bilhões em dívidas
garantidas. Além do relatório mensal, o Tesouro Nacional disponibiliza os dados
no Painel de Garantias Honradas.
As garantias representam os ativos oferecidos pela União –
representada pelo Tesouro Nacional – para cobrir eventuais calotes em
empréstimos e financiamentos dos estados, municípios e outras entidades com
bancos nacionais ou instituições estrangeiras, como o Banco Mundial e o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID). Como garantidora das operações, a
União é comunicada pelos credores de que não houve a quitação de determinada
parcela do contrato.
Recuperação de garantias
Caso o ente não cumpra suas obrigações no prazo estipulado,
o Tesouro compensa os calotes, mas desconta o valor coberto de repasses
federais ordinários – como receitas dos fundos de participação e
compartilhamento de impostos, além de impedir novos financiamentos. Sobre as
obrigações em atraso incidem ainda juros, mora e outros encargos previstos nos
contratos de empréstimo, também pagos pela União.
Há casos, entretanto, de bloqueio na execução das
contragarantias pela adoção de regimes de recuperação fiscal, por meio de
decisões judiciais que suspenderam a execução ou por legislações de compensação
das dívidas. Dos R$ 79,86 bilhões honrados pela União, cerca de R$ 72,54
bilhões se enquadram nessas situações.
Desde 2016, a União recuperou R$ 5,78 bilhões em
contragarantias. Os maiores valores são referentes a dívidas pagas pelos
estados do Rio de Janeiro (R$ 2,77 bilhões) e de Minas Gerais (R$ 1,45 bilhão),
além de outros estados e municípios. Em 2025, a União já recuperou R$ 131,56
milhões em contragarantias.