Italiano chega para comandar
time nas eliminatórias e na Copa do Mundo
A Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) anunciou na manhã desta segunda-feira (12) o italiano Carlo
Ancelotti como o novo técnico da Seleção Brasileira. Em nota, a entidade
afirmou que Ancelotti, chamado pelo presidente Ednaldo Rodrigues de “o maior técnico
da história”, vai comandar o time até a Copa do Mundo de 2026.
“Trazer Carlo Ancelotti para
comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao
mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio. Ele é
o maior técnico da história e, agora, está à frente da maior seleção do
planeta. Juntos, escreveremos novos capítulos gloriosos do futebol brasileiro”,
disse Ednaldo em nota publicada pela CBF.
A CBF também divulgou um
vídeo, no qual Ednaldo agradece a “paciência e o apoio” da torcida brasileira
durante a longa negociação com treinador italiano. Ancelotti chega para treinar
a Seleção para os dois próximos jogos das eliminatórias da Copa, contra o
Equador, no dia 5/6, e Paraguai, no dia 10/06.
Ainda vinculado ao Real
Madrid, da Espanha, o italiano só deverá assumir a seleção no dia 26 de maio,
após o término do Campeonato Espanhol – o time merengue ainda tem três jogos
pela frente: contra o Mallorca (dia 14), o Sevilla (dia 18) e o Real Sociedad
(dia 24). Há a expectativa de uma liberação antes do dia 26, caso o Barcelona,
que no momento tem sete pontos de vantagem sobre o Real Madrid, conquiste o
título de forma antecipada.
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O anúncio põe fim a uma novela
que se arrasta há cerca de dois anos. Em julho de 2023, a CBF já negociava com
o Ancelotti, que comandaria o Real Madrid até o meio daquele ano. Mas o clube
espanhol renovou o contrato com Ancelotti, mantendo-o na Espanha e adiando sua
vinda para a Seleção.
Soccer Football - World Cup -
South American Qualifiers - Brazil v Argentina - Estadio Maracana, Rio de
Janeiro, Brazil - November 21, 2023 Argentina's Nicolas Gonzalez and Rodrigo De
Paul celebrate after the match REUTERS/Ricardo Moraes
Seleção vem de uma série de
partidas ruins, com futebol pouco inspirado. Atualmente, está em 4º lugar nas
eliminatórias para a Copa do Mundo Foto: Reuters/Ricardo Moraes/Direitos
Reservados
Entre o primeiro contato da
CBF com o italiano e a confirmação da contratação, a Seleção Brasileira foi
comandada por Fernando Diniz após uma boa temporada à frente do Fluminense em
2023, e Dorival Júnior, que vinha de dois bons trabalhos no Flamengo e no São
Paulo. Mas o futebol pouco inspirado e os maus resultados na Copa América de
2024 e nas eliminatórias da Copa derrubaram Dorival em março deste ano e
fizeram Ednaldo Rodrigues a intensificar as conversas com Ancelotti.
A CBF chegou a anunciar o fim
das negociações em 29 de abril, diante do impasse em relação à liberação do
treinador pelo Real Madrid. Mas, a despeito da aparente desistência, o acordo
foi selado.
Perfil
Carlo Ancelotti nasceu em 10
de junho de 1959, em Reggiolo, na Itália. Ex-jogador, foi escolhido, em 2019,
pela revista France Football, um dos dez maiores técnico da história do futebol
mundial. Em 2022, Ancelotti se tornou o treinador com mais conquistas em
torneios interclubes da UEFA e, também, o que mais venceu a Liga dos Campeões,
cinco vezes como técnico, além de outras duas como jogador. Além disso, o
italiano foi campeão do Mundial de Clubes da Fifa três vezes – uma pelo Milan
(ITA) e duas pelo Real Madrid. Ele também foi técnico da Juventus (ITA), do PSG
(FRA), do Chelsea (ING) e do Bayern de Munique (ALE).
Estrangeiros na Seleção
Ancelotti será o terceiro
técnico estrangeiro a dirigir a seleção brasileira. O primeiro foi o uruguaio
Ramón Platero, que em 1925 dirigia o Vasco. Ele foi convidado a ser o técnico
da seleção no Campeonato Sul-Americano daquele ano, na Argentina – atual Copa
América. Em quatro jogos, ele obteve duas vitórias, um empate e uma derrota.
O segundo foi o argentino
Filpo Nuñez, quando o Palmeiras, que ele dirigia, representou a seleção em um
amistoso contra o Uruguai, na inauguração do estádio do Mineirão, em 1965 – o
Brasil venceu por 3 a 0.
Em 1943, o português Jorge
Gomes de Lima, o Joreca, esteve ao lado do brasileiro Flávio Costa em duas
vitórias, em amistosos contra o Uruguai, em 1943, mas não era o técnico
principal.